Tenho lido coisas no facebook nestes dias alusivas a estudos que dizem, por exemplo, que o irmão mais velho tem um QI superior ao mais novo e também que o mais novo é mais bonito que o mais velho. Pois fartei-me de pensar sobre isto. É que eu tenho um monte de irmãos mais velhos, portanto, devo depreender que sou burra, mas bonita! Segundo os estudos, os mais velhos são mais inteligentes, então, pobre de mim... Ao menos fica-me o consolo de ser bonita e isso, sem dúvida é verdade. Isto até tem um fundamento: os meus pais tiveram cinco filhos, quatro homens e eu. O que eles contam é que quando os meus irmãos nasciam o meu pai dizia sempre à minha mãe: "Mulher, ainda não é desta que descansas! Ainda não veio a menina". E segundo me contam, porque eu não me lembro, o meu pai dizia que queria uma menina loira. Certo é que os meus irmãos nasceram todos loiros, mas eu, quando, finalmente, dei a alegria de vir ao mundo, vim morena! Mais morena era impossível. E continua a ser... Bem, mas voltando aos meus irmãos e a mim. Pois que eles nasceram e quando eu apareci o meu pai lá disse à minha mãe: "Pronto, agora podemos fechar a comporta" (ou coisa que o valha, que já não me lembro das palavras certas). O certo é que eles treinaram várias vezes antes de atingirem a perfeição. Por isso, não me venham lá com estudos, isto está no treino!
Uma coisa vos digo: leio regularmente os blogs das bloggers famosas (A pipoca mais doce e o Cocó na Fralda) e cheguei a uma conclusão. O comum dos mortais nunca conseguiria ter blogs assim! Eu explico. A ideia, naqueles blogs, é ir escrevendo sobre coisas da vida que até possam parecer engraçadas. Lá está o primeiro problema (e vou usar-me como exemplo, já que faço parte do comum dos mortais)! A minha vida é uma seca. Eu não vou jantar fora regularmente, não recebo prendas sequer todos os meses, não experimento coisas novas todos os anos e raramente viajo. Sendo assim, que tenho eu para contar ao mundo? As coisitas chatas da vida, as coisitas miúdas, as coisas banais, vá. Admito que estas bloggers também tenham muita coisa banal lá pelo meio (conversas com maridos, meias rotas, etc), mas depois vão embelezando com a roupa que compram, com o carro que experimentam, com a prenda que recebem, com a viagem que fazem. Enfim com a vida cheia que têm e que nos faz ter vontade de ler. Só para vos dizer como foi hoje o meu dia: acordei, como todos os dias, à mesma hora. Trabalho, almoço, trabalho. Com certeza irei para casa jantar e depois, como costume, adormeço no sofá e sou capaz de babar uma almofada para ser diferente do dia de ontem. Quem é que pode achar graça a isto e quem irá perder tempo a ler estas descrições? NINGUÉM, claro! Pelo que este meu post vai por água a baixo...
Quem vos escreve hoje é uma LS completamente partida. Diria mesmo à beira de não conseguir andar. Pois é... E de quem é a culpa? Da minha mãe! Sim, a pessoa que fez força para eu estar neste mundo, ontem partiu-me toda. E perguntam vocês: como é que isso foi acontecer? E eu respondo: fácil, levei-a a minha casa para me ajudar nas limpezas. O problema reside no facto de eu já me ter esquecido que ela é um verdadeiro militar no que diz respeito a limpezas. Era ouvi-la: vá, limpa ali naquele cantinho! Vá agora esta janela que é muito alta e eu não chego. E agora esta roupa que precisa de ser dobrada. E agora este bico do fogão que tem que ser esfregado... Só vos digo: as minhas lindas nails foram ao ar. Claro, também com tanto esfregar e tanto limpar, ficaram todas cheias de falhas. E digo-vos outra coisa: a minha mãe andava e fazia coisas como se não houvesse amanhã. Mas o pior é que houve e, depois daquilo tudo, ainda tive que fazer o jantar, o meu almoço e o almoço do meu mais que tudo! A loucura instalou-se em mim! Resultado: hoje tenho um andar, digamos, estranho... As minhas costas estão feitas num oito e os meus braços pedem, por favor, para serem substituídos. Quando finalmente ela parou (isto porque já eram horas de ela ir para casa fazer o jantar) diz-me assim: para a próxima começamos ao sábado! Pensei eu: Será que ela quer dois dias de limpeza, qual semana de campo dos militares? Mas não, foi fofinha e disse-me: assim podes descansar o domingo todo!
E eis que surjo num novo ano. A história continua a mesma como eu dizia no post anterior. Mas notem: hoje escrevo para vos contar a minha experiência de compras em vésperas de Natal. Então foi assim: fui com a minha mãe ao Continente (sim porque tenho os talões e os cupões que dão desconto e essas coisas todas). Andávamos nós nas compras e tínhamos o tal talão para o desconto do bacalhau que acabava naquele dia (a poucos dias do Natal). Claro, o que é que fizemos: fomos para o monte procurar o melhor bacalhau para enchermos o carrinho! E o bandulho, claro! Mas onde há um monte, há confusão. Senão atentem: havia a senhora que escolhia os bacalhaus sem parar. Digo-vos no tempo que estive com a minha mãe à espera de vez (e foi bastante), a dita senhora escolheu, voltou a escolher, pousou os bacalhaus escolhidos, voltou a escolher e repetiu este processo umas cem vezes. E dizem vocês: que exagero! Mas não! Foi mesmo. Ela escolheu mesmo muito. Tanto que até o próprio marido dela já não a aguentava. Não sei se depois de eu e a minha mãe virmos embora ela não terá continuado a escolher os bichos sem parar... Entretanto, e esquecendo a senhora que escolhia sem parar (eu sei que é difícil) mas centrem-se comigo numa outra situação: a senhora que quer molho! Essa eu não pude perdoar e tive que tratar mal. Ora, costuma-se dizer: quem vai à luta dá e leva! Ora eu levei, mas também dei. Não, descansem, não andei à porrada. A senhora que quer molho chegou-se perto do manipulo das senhas e tirou a sua senha no meio da confusão instalada, claro. Entretanto quer chegar-se ao bacalhau e começa a mandar postas para o ar (não literalmente! Expressão usada neste caso para dizer que começa a barafustar!). Então diz ela: "Estas pessoas vêm para aqui com os carrinhos de compras e depois nem conseguimos ver os bacalhaus". Esta boca era para mim, mas como eu já estava farta de aturar o monte de gente que ali estava tive que responder: "Não sei onde quer que as pessoas deixem os carrinhos de compras, com certeza não os vão deixar à entrada da loja para vir aqui buscar o bacalhau". E ela responde: "Mas assim as pessoas não conseguem passar". E eu disse: "Se as pessoas querem passar, pedem que as outras pessoas que têm carrinhos desviam-se". Ela começou a ficar possuída e lá me disse: "Deixe-me passar". E eu disse-lhe: "Claro que deixo. Por quem sois!". Depois disto, digo-vos: mais tempo eu ficasse naquele monte e mais histórias tinha para contar. Lembrei-me de outra. Diz assim um cliente para a menina que estava a servir o bacalhau: "De certeza que têm o bacalhau mais barato escondido lá dentro e não o põem à venda para sermos obrigados a levar deste mais caro!". As idas ao supermercado são sempre do melhor. Hoje vou lá outra vez, mas como não há talões não deve haver montes. Mas não me livro de vir de lá com uma série de histórias para contar.