Entrevistas de emprego - O Cúmulo
Eu sei que o tema é recorrente mas as histórias são fenomenais de mais para ficarem guardadas.
Numa das vezes que fiz recrutamento, procurava uma pessoa para trabalhar na loja nas imediações do Aeroporto do Porto. A ideia era recrutar alguém da Maia para que as deslocações fossem mínimas. Então, como era meu hábito comecei a ligar a candidatos que tinham enviado CV por email, só para termos uma pequena conversa prévia.
Liguei a dois ou três e eis que apanho o Cúmulo! O Cúmulo é aquele gajo que vive na Maia (como era pretendido porque fica muito perto do Aeroporto do Porto e da loja para onde eu recrutava) e que me diz: ah e tal mas isso fica muito longe. E eu respondo: mas então não vive na Maia? E ele: sim, mas vou ter que perder cinco minutos para chegar à loja. A troca de conversa continua e a certa altura eu penso assim: então a pessoa manda CV para candidatura, vive nas imediações do local de trabalho a que se candidata e agora diz que vai demorar cinco minutos a chegar e não tem tempo... Comecei a endurecer o meu discurso porque a paciência já não era muita. Parecia que eu o estava a convencer a vir à entrevista. Até que o Cúmulo me diz assim: não estou a gostar do seu tom de voz. Meninos, subiu-se-me uma coisa por mim acima... tive que lhe perguntar diretamente: quer vir à entrevista ou não. E o Cúmulo responde: não. E a seguir ainda me desliga o telefone na cara. Bonito, certo?
Depois disto eu não sabia bem o que dizer ou fazer e acho que uma pessoa demora algum tempo a recompor-se de uma situação destas. Claramente o Cúmulo não queria vir trabalhar. O Cúmulo enviou um email com a candidatura por foi obrigado pelo Centro de Emprego. Mas bastava ao Cúmulo ter-me dito isso e pronto. Ficava a questão resolvida. De certa forma ficou, mas eu tive que perder a paciência que é coisa que eu não gosto.