O fastio dos dias que se aproximam
Aproxima-se o Dia dos Namorados e já anda tudo aflito: ai o que vais oferecer? Eh pá, eu não sei. Ai eu já comprei. Senhores se há coisa que me enerva são estes diazinhos. Os dias em que os homens fingem que o Benfica não perdeu e, como tal, não chegam a casa com vontade de bater nas mulheres e levam-lhes um ramo de flores que custou 50 vezes mais do que num dia normal. Os dias em que as mulheres não fingem que têm dores de cabeça e lá aturam os homens por mais do que dez minutos à espera que eles tenham comprado mais uma peça para a Pandora e que depois eles chegam a casa com uma fritadeira porque querem é batatas fritas ao jantar.
Isto para mim não dá. Sou muito pouco convencional. Decido não festejar nada disso. Decido passar ao lado disso tudo. Fica tudo mais barato, ninguém se desilude nem enfastia. Quando eu quiser uma prenda digo: quero isto. Compra! Ou então ainda melhor, levanto o rabo do sofá e compro eu. Assim não há como enganar.
E dizem vocês: ah e tal e coiso e o romantismo. Senhores não temos tempo para isso. Esqueçam lá isso.
Dias tipo Halloween, também me enfastiam. Copiar tudo o que fazem no Estados Unidos. Qualquer dia estamos a eleger um como o Trump... É melhor nem falar sobre isso.
E o Carnaval? Que chove sempre e as pessoas vão sambar para as avenidas com hipóteses de entrar em hipotermia só porque somos irmãos dos brasileiros e temos que ser como eles em tudo, até no Carnaval em pleno Inverno.
Temos sempre que imitar alguém. Deixem-se disso. Festejem o Dia dos Namorados todos os dias e o Carnaval quando quiserem. Se quiserem sambar convém que seja no verão para poderem andar descascadas na rua sem entrar em hipotermia. Já dizia o outro que o Natal é quando um homem quiser. Porque é que o Carnaval e o Dia dos Namorados não pode ser também?