O mercado de sábado de manhã
Ir ao mercado ao sábado de manhã tornou-se um hábito. A metodologia implica muitos sacos e uma manhã inteira passada entre legumes, fruta e peixe. No final o resultado é quase sempre um mix de cores e sabores sempre muito bons.
Fruta e legumes do campo. Ovos das galinhas criadas à moda antiga e peixe do mar mesmo. Não há cá peixe de viveiro.
O início é sempre na banca do peixe onde se encomendam os peixes que servem para várias refeições ao longo da semana.
Depois seguimos para os legumos onde encontramos o Sr. Silvino sempre de bloco na mão e pronto a somar as parcelas de preços que a esposa vai debitando quase sem olhar para a balança. Leve mais um e faz 1€, diz ela. E claro, nós lá trazemos. As contas são quase sempre feitas assim. Ela é que sabe os preços todos. Ele aponta e faz a conta no fim. Os legumes são da horta deles.
Não há courgete? Não, elas agora deixam de dar. E quando não há na terra deles nós não temos. Ali só o que a terra dá e quando ela quer dar. Deixamos os sacos cheios na banca do Sr. Silvino e da esposa e vamos para a fruta.
Naquela banca não que foi onde nos venderam o mau melão. Vamos à miúda que está sempre sozinha e com um sorriso nos lábios. A rapariga deve ter cerca de 18 a 20 anos. Sempre sozinha na banca. Mas sempre a sorrir. Diz: estas laranjas são boas, já provei. Já repararam no novo mural que temos no mercado? Ela vende a fruta mas acorda-nos para a vida. Já sabe que não queremos sacos plásticos e adora que assim seja.
Depois vamos aos tomates pequeninos. Leve mais um por não querer saco, dizem elas. As cores são fantásticas e a ligação de poucos minutos com cada vendedor é especial. Estamos lá todas as semanas e eles também. Levamos o que eles têm e com isso fazemos muitas maravilhas em casa. O sabor é diferente. Sabe-se logo que veio mesmo da terra e não de uma qualquer estufa.
O passeio de sábado de manhã dá anos de vida e dá uma sopa deliciosa.